Gianini Masulo e o Amazônia Audiovisual: a arte que transforma vidas na floresta

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Por: Leanderson Lima

Em um espaço no bairro da Paz, zona centro-oeste de Manaus, o empreendedor cultural e cineasta Gianini Masulo dá vida a um sonho que acalentou por anos. É ali que funciona o Amazônia Audiovisual, um projeto que nasceu da necessidade de ressignificar a cultura amazônica e fomentar a economia criativa na região. A iniciativa tem promovido uma revolução silenciosa, capacitando artistas locais e abrindo caminhos para que vivam de sua arte.

A trajetória de Gianini é marcada por desafios e momentos de reinvenção. Durante a pandemia, ele enfrentou a perda de seu tio, Isauro Ribeiro, em circunstâncias que o levaram a uma reflexão profunda sobre sua própria vida.

“Se a minha vida acabasse amanhã, eu teria vivido a vida que quis?”

A resposta negativa o impulsionou a abandonar a carreira em eletrônica industrial, seguir seus sonhos artísticos e se dedicar integralmente à cultura.

A música foi o primeiro elo de conexão de Gianini com o mundo artístico e foi também a ponte para a nova carreira.

“Nunca me considerei um profissional da música, apenas um amador. Quando percebi que o audiovisual podia ser mais rentável e alinhado às minhas habilidades, decidi seguir por esse caminho. Aqui estamos, conseguindo fomentar outras pessoas para viverem também da arte.”

Com a missão de promover e preservar a cultura amazônica, o Amazônia Audiovisual oferece oficinas, laboratórios e eventos que capacitam e inspiram artistas. Desde sua criação, o projeto já realizou mais de 30 oficinas, capacitando cerca de 300 participantes. Entre os destaques estão a produção de dois médias-metragens, uma websérie e o apoio a comunidades por meio de atividades inclusivas.

Uma das parcerias mais significativas é com o espaço Curupira, que atende pessoas com deficiência. Gianini e sua equipe ajudam a produzir conteúdos adaptados, como o projeto Arumã, que utiliza Libras para garantir acessibilidade.

“O que está ao nosso alcance, fazemos. Eu injeto recursos da minha própria empresa para difundir a cultura e atenuar a pobreza, oferecendo às pessoas a chance de viver de algo que lhes traga satisfação. Uma pessoa feliz espalha bondade.”

Na identidade visual do Amazônia Audiovisual, o papagaio foi escolhido como mascote, representando a capacidade de traduzir e difundir a cultura amazônica.

“Assim como o papagaio fala a língua dos homens, queremos traduzir a riqueza da nossa região para o mundo. Ele simboliza o amazônida que conecta culturas.”

Gianini acredita no potencial transformador da arte.

“Somos condicionados a não sonhar dentro dos nossos talentos. Se consegui alcançar autonomia e sustentabilidade com a minha arte, é algo que preciso possibilitar a outras pessoas. A cultura amazônica está se descobrindo e tem muito a oferecer ao mundo”, pontua.

Entre os planos futuros do Amazônia Audiovisual estão a criação de um festival anual de curtas-metragens e a expansão de atividades para comunidades ribeirinhas. Gianini segue sonhando alto:

“Nosso objetivo é transformar o audiovisual em uma indústria cultural que fomente a criatividade e a diversidade da nossa terra”, finaliza o jovem empreendedor, que demonstra que, mais que biodiversidade, a Amazônia também é um berço de talento e criatividade”

Jornalista com especialização em Gestão de Pessoas, atua na área desde 2003. Possui experiência em veículos impressos, como A Crítica, Correio Amazonense, Jornal do Commercio e Zero Hora (RS), além de passagens pela TV A Crítica, RedeTV! Manaus, Rede Onda Digital e rádios A Crítica FM e FM Onda Digital, onde atuou como comentarista e apresentador. É vencedor do Prêmio Petrobras de Jornalismo com a reportagem “Chute no Preconceito”.

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